segunda-feira, 11 de abril de 2011

A Venus Calipígia




Estava lendo uma revista trazia assuntos variados desde livros condensados e humor ameno até teste com palavras que normalmente não se usam na conversa comum e que parecem colhidas como frutos raros de uma árvore incomum. Ela afirma que essas palavras esdrúxulas são para enriquecer o vocabulário.

Quando era estudante do IMEE conheci uma garota que só usava palavras difíceis, daquelas que a gente não usa normalmente. Acho que assim fazia para acreditarmos que era uma pessoa culta. Ela ficou com o apelido de Miss Dicionário.

Tadinha, ninguém gostava de conversar com ela.

A revista pergunta pelo significado de calipigia e essa palavra destravou as trancas de minha memória , tomou-me pela mão e fomos para a época de faculdade, para um grosso livro sobre a história da arte. Esse livro exibia a foto de uma estatua grega representando uma mulher que levanta inocentemente o manto para que seu traseiro coloque à mostra os quadris e nádegas . Ela olha para trás e para baixo por sobre o ombro, talvez fazendo uma avaliação . A estátua é conhecida como a Venus Calipigia, e está exposta no museu de Napoles.

Calipígia significa belas nádegas – Cali , bela e Pigia, nádega. Nessa direção podemos compreender Cali-grafia como a arte de ter boa letra, Cali-fonia é ter bela voz.



O conceito de beleza difere nas várias sociedades e de acordo com o tempo histórico. Houve época , lá pela pré história, quando os homens eram nômades e caçadores que o ideal era a mulher ser forte, robusta capaz de abater animais na caça. Houve tribos na África em que as mulheres colocavam mel nos cabelos para que ficassem cheio de moscas e abelhas. Quanto mais insetos tivesse, mais bonita se achavam.

De repente me pus a fazer brincadeiras com a palavra pigia.

Sabe, aquele modo de andar, tipo garota de Ipanema, sacudindo as nádegas, balançando ora uma ora outra, isso pode ser chamado de Ping Pigia, o pingue pongue das nádegas; demopigia é aquela nádega que é um demônio de tentação. E tem aquela pessoa que carrega tanta celulite que pode ser chamada de celupigia.

Credo, vamos parar, porque olhando no espelho percebo que não tenho nádega e portanto sou apígio.

5 comentários:

Unknown disse...

Mestre das palavras, mais uma vez como me delicio com seus escritos! Leila Ferreira deveria ter te entrevistado antes de escrever "A Arte de ser Leve"...
Você de natureza é um homem gentil e escreve de uma forma inteligente e divertida aproveitando com sabedoria seu indiscutível senso de humor. Parabéns!
Beijos.
MCarmo

IVON disse...

Querida MCarmo
sinto-me feliz com seu comentário e até mesmo com seus exageros, alias vc é exagerada mesmo:
exagera nas palavras
exagera na beleza
exagera em ser mulher
exagera na amizade.

Benditos exageros
bjs
Ivon

Rita Elisa Seda disse...

Nossa... colocar mel nos cabelos é o máximo! Mas, só se for shampoo de mel.
Eu costumo chamar um 'apígio' de 'tábua de passar roupa', ou 'nadador profissional'.
Beijos, felicidades e a paz!

Ivon disse...

Pois é Rita Elisa, lá longe elas já sabiam que o mel é bom para os cabelos.
O melhor shampoo é o Rita, Seda.
bjs

Rita Elisa Seda disse...

Bem... o melhor shampoo é mesmo o Rita, Seda! Sem comentários! hehhehehe!...

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