sábado, 12 de junho de 2010

Os homens são hortas e as mulheres são jardins

João trabalhava a terra com carinho e cuidado enquanto o dia avermelhava o céu em sua despedida. Ele cantava cantigas antigas que os netos desconheciam, mas achavam bonitas e pediam para que as repetisse, enquanto remexia a terra gorda de nutrientes. Ele queria fazer uma horta e já imaginava os canteiros de alfaces macias, de beterrabas vermelhas como o sangue e ricas de açúcar, boas para o coração, de cenouras gordinhas, roliças, cheias de carotenos. A terra descansaria durante a noite e na manhã seguinte ele faria o plantio e semeadura.

Sua esposa olhou a terra preparada como útero esperando pela semente da vida e comentou como ficaria lindo um jardim com rosas de várias espécies e de muitas cores, agapantos erguendo o caule fino para sustentar sua coroa de flores, hibiscos rosados e dálias e gladíolos. As borboletas iriam fazer coreografias dançando por entre as flores, escolhendo as mais vistosas e os colibris as beijariam com seu bico fino e língua alongada. A terra se encheria de vida, de sons e coloridos.

É interessante a diferença de visão entre o homem e a mulher. No homem predomina a razão, a intelectualidade e na mulher o sentimento, a emoção. Enquanto os homens são mais rápidos em raciocínio matemático e espacial, as mulheres são mais rápidas com as palavras. O que determina a diferença entre homem e mulher é a predominância de certas características. Tanto homem como mulher tem sentimentos, são intelectuais, e possuem argumentos matemáticos. Mas na mulher predomina o sentimento, a emoção. A mulher é mais alma, mais sensibilidade. O homem escolhe o útil e a mulher o belo; o útil é escolha da razão e o belo, do sentimento; a razão é fria, calculista, inodora, o sentimento perdura, é fogo, é calor.

O homem é mais prático, menos romântico, mais exclusivista, menos sensível. A mulher é mais afetiva, mais carinhosa, mais compreensiva.

Vitor Hugo o grande escritor francês disse que o homem tem os pés na terra e está colocado onde ela termina e a mulher está colocada onde começa o céu.

Eu acho que o homem é o barro amassado e espremido que o artesão utiliza, e a mulher é a imaginação que dá vida e forma para que o barro se transforme em obra de arte. Sem o barro não há escultura e sem a imaginação não se faz arte. Ambos se completam. Ambos são indispensáveis. Ambos são vida.