Estava lendo uma revista trazia assuntos variados desde livros condensados e humor ameno até teste com palavras que normalmente não se usam na conversa comum e que parecem colhidas como frutos raros de uma árvore incomum. Ela afirma que essas palavras esdrúxulas são para enriquecer o vocabulário.
Quando era estudante do IMEE conheci uma garota que só usava palavras difíceis, daquelas que a gente não usa normalmente. Acho que assim fazia para acreditarmos que era uma pessoa culta. Ela ficou com o apelido de Miss Dicionário.
Tadinha, ninguém gostava de conversar com ela.
A revista pergunta pelo significado de calipigia e essa palavra destravou as trancas de minha memória , tomou-me pela mão e fomos para a época de faculdade, para um grosso livro sobre a história da arte. Esse livro exibia a foto de uma estatua grega representando uma mulher que levanta inocentemente o manto para que seu traseiro coloque à mostra os quadris e nádegas . Ela olha para trás e para baixo por sobre o ombro, talvez fazendo uma avaliação . A estátua é conhecida como a Venus Calipigia, e está exposta no museu de Napoles.
Calipígia significa belas nádegas – Cali , bela e Pigia, nádega. Nessa direção podemos compreender Cali-grafia como a arte de ter boa letra, Cali-fonia é ter bela voz.
O conceito de beleza difere nas várias sociedades e de acordo com o tempo histórico. Houve época , lá pela pré história, quando os homens eram nômades e caçadores que o ideal era a mulher ser forte, robusta capaz de abater animais na caça. Houve tribos na África em que as mulheres colocavam mel nos cabelos para que ficassem cheio de moscas e abelhas. Quanto mais insetos tivesse, mais bonita se achavam.
De repente me pus a fazer brincadeiras com a palavra pigia.
Sabe, aquele modo de andar, tipo garota de Ipanema, sacudindo as nádegas, balançando ora uma ora outra, isso pode ser chamado de Ping Pigia, o pingue pongue das nádegas; demopigia é aquela nádega que é um demônio de tentação. E tem aquela pessoa que carrega tanta celulite que pode ser chamada de celupigia.
Credo, vamos parar, porque olhando no espelho percebo que não tenho nádega e portanto sou apígio.
5 comentários:
Mestre das palavras, mais uma vez como me delicio com seus escritos! Leila Ferreira deveria ter te entrevistado antes de escrever "A Arte de ser Leve"...
Você de natureza é um homem gentil e escreve de uma forma inteligente e divertida aproveitando com sabedoria seu indiscutível senso de humor. Parabéns!
Beijos.
MCarmo
Querida MCarmo
sinto-me feliz com seu comentário e até mesmo com seus exageros, alias vc é exagerada mesmo:
exagera nas palavras
exagera na beleza
exagera em ser mulher
exagera na amizade.
Benditos exageros
bjs
Ivon
Nossa... colocar mel nos cabelos é o máximo! Mas, só se for shampoo de mel.
Eu costumo chamar um 'apígio' de 'tábua de passar roupa', ou 'nadador profissional'.
Beijos, felicidades e a paz!
Pois é Rita Elisa, lá longe elas já sabiam que o mel é bom para os cabelos.
O melhor shampoo é o Rita, Seda.
bjs
Bem... o melhor shampoo é mesmo o Rita, Seda! Sem comentários! hehhehehe!...
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