sexta-feira, 3 de junho de 2011

O aquário e o homem




Estava admirando o aquário na casa de meu amigo. Peixes coloridos, alguns bonitos e outros feios, uns grandes e outros pequenos, nadando ligeiros entre as plantas que foram colocadas para oxigenar o ambiente, completando o trabalho de um aparelhinho que faz borbulhas na água. Meu amigo me contou que se aumentar o tamanho do aquário, e consequentemente, o seu volume de água, os peixes podem ficar maiores. Aquela porção de água cercada de vidro é o seu mundo, ali vivem, procriam, são acometidos de doenças, ficam velhos e morrem.

Voltei para casa meditando no que vi naquele aquário e de súbito percebi que moramos num aquário. As calçadas e praças cheias de gente, homens e mulheres, crianças e adultos, crianças e velhos, pretos, brancos, mulatos, morenos, louros e ruivos, todos somos peixes no gigantesco aquário que é a Terra. Aqui nascemos, crescemos e morremos, sem sair das dimensões do mundo que nos foram oferecidas.

O peixe do aquário não tem idéia do que é a imensidão do oceano, pois o aquário é quase um nada nessa comparação. O peixe do aquário entende que o mundo é aquilo que ele está vivendo, é o que ele vê.

Também nós nos prendemos a pensar que só existe este mundo em que estamos a respirar e não damos conta das maravilhas que Deus criou para além de nossas fronteiras.

O orgulho infla nosso comportamento e achamos que sabemos tudo, que de tudo somos donos e não conseguimos enxergar além dos limites do aquário. Não percebemos que estamos todos na mesma condição, limitados dentro de um mundo que podemos melhorar. Amar, perdoar, procurar deixar o mundo onde vivemos um pouco melhor do que antes da nossa passagem.

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