quinta-feira, 7 de abril de 2011

Jejum, eita coisa difícil




SEMPRE TIVE DIFICULDADES com o jejum. Era só dizer que era para fazer jejum que a comida se tornava mais atraente, a carne mugia pedindo para ser devorada e o estomago passava a sentir fome demasiada. Eu sempre fui glutão, devorador de qualquer receita e ousado experimentador das mais exóticas culinárias. Mas tenho predileções. Tem aqueles pratos que eu gosto por gostar, e quando ele vem acompanhado de um vinho de bom tanino eu me perco no pecado da gula.

Por isso foi sempre difícil para mim a idéia de jejum, de abstinência de carne. Meus pais me ensinaram que se devia observar os preceitos religiosos e a Igreja apresentava-os como meio de purificação e mortificação. Eu me esquivava do sacrifício, driblava os pais e sorrateiramente, às escondidas , surrupiava algum alimento fora de hora. Meus pais não viam o delito e a Igreja não tinha como me policiar. Assim foi sendo sempre, vivendo de engodos e mentiras.

Até que um dia compreendi que o jejum que Deus quer não é o de boca, não é ficar sem alimento, não é abster-se de carne. Certa vez Cristo disse que o que mata não é o que entra pela boca, mas o que sai do coração.A Bíblia tem 40 referências sobre o jejum e em Isaias há a indicação de que devemos fazer o jejum da língua.Esse é o que Deus gosta.

A idéia me deixou alerta. De início achei que era coisa fácil,, principalmente por não precisar fechar a boca para os alimentos. Mas descobri que tinha que fechar a boca para as más palavras, que não poderia olhar para aquela corpinho dengoso, de caminhar requebroso e dizer ou pensar malícias. Descobri que o jejum da língua era não dizer palavrão, nem mesmo quando apertava o dedo na porta do carro, era não contar piadinhas indecentes, maliciosas.

O preceito ficou difícil. O jejum da boca faz bem ao corpo, abaixa o colesterol, diminui a barriguinha, deixa o corpo mais ágil. É bom para a estética corporal. O jejum da língua fortalece o espírito, acalma as tentações e abre o coração para o Bem.

Contudo é muito mais difícil levar a cabo a abstinência dos palavrões e das malícias afloradas quando se está na rodinha de homens, contando piadas e exercendo o masculino poder de ser homem.







2 comentários:

Leticia Seda disse...

Sim existem vários jejuns e todos são benéficos quando se faz com o coração. Não adianta nada fazer qualquer tipo de sacrificio se este não é feito com amor e ao contrário feito apenas por obrigação.
Quando queremos dominar nossos sentidos e assim fazermos um jejum de boca ou de lingua, isso engrandece a pessoa e a torna mais consciente de sua pequenez.
Quando a igreja nos pede para fazermos um jejum, ou uma penitencia não é sem propósito, pena que muitos não entendem a dimensão deste gesto.
Fazer jejum nos ajuda a dominar o corpo que nos leva para longe do altissimo como nos ensina São Paulo: O Espírito quer uma coisa e a carne quer outra.
Dominemos nossa carne, pois quem é imortal é o Espirito.
bjo

Ivon disse...

Letícia,
que lindo seu comentério sobre o jejum, foi melhor do que a matéria que escrevi
bjs

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