OLHA QUE TRISTEZA! O rapaz estava entristecido, olhando a imagem em cima da mesa. Imagem bonita,de madeira, talhada com esmero, de cortes precisos. Quem a esculpiu era um grande artista, seus traços eram vigorosos, enérgicos e transmitiam movimento á peça. Peça velha, antiga, escura pelo tempo. Tudo parecia perfeito........mas ela estava bichada. O caruncho tinha corroído todo o seu interior, cavou tanto que agora ela era apenas uma casca frágil e delicada, se apertasse com força ficaria em frangalhos. Quando aparecia apenas um buraquinho, alguém o aconselhou a dar um bom banho com querozene, mas isso nada adiantou. Os bichinhos ainda roíam.... No início foi apenas um bichinho que penetrou na madeira. Coisinha pouca, mole, frágil que poderia ser esmagado com o dedinho da mão. Agora é um batalhão de devoradores, roendo sem parar. O técnico em extirpação de cupins disse que era preciso colocar a peça numa estufa com venenos especiais e submeter a fortes temperaturas. Outro aconselhou a desistir, peça que pega cupim só serve para o fogo. A peça era muito bonita e o rapaz não queria perde-la.
Com a nossa vida acontece coisa semelhante.
Somos obras de beleza trabalhadas pelo cinzel das mãos divinas do Criador. Nada se iguala a nós e o salmista diz que somos maiores do que os anjos. Nosso corpo é perfeito em seu conjunto, bonito em sua forma, harmonioso em suas linhas.Todo o universo foi preparado para servir de berço para o homem.
Mas eis, que por descuido, o bichinho voraz da maldade, com todas as suas sete tenazes, rompe a harmonia e corrói o nosso interior, e a maldade se instala faminta alimentando-se do corpo e da alma. Começa com apenas um , mas depois outros diabinhos se juntam e a desgraça está armada. Eles corroem, põem amargura na vida, minam a fortaleza interior, envenenam as ações e transformam a vida em morte. E de repente a gente é só uma casquinha superficial, sem conteúdo, sem cerne, coisinha frágil que se quebra em qualquer dificuldade. Para matar esses diabinhos roedores da paz, da harmonia e do amor é necessário submeter-se á ação inseticida da oração e do jejum, na palavra de Cristo. Sempre corremos o perigo da contaminação, e se a gente se descuidar ele invade e toma tudo numa só bocada. Muitas vezes nos iludimos quando ele se apresenta numa aparência frágil e delicada, de carne rosada e atraente, fala suave e melodiosa. Mas não podemos nos iludir: a maldade se reveste também de beleza para seduzir...