quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Show da terra, no Céu







DÁ LICENÇA , SENHOR! Pode entrar, Romeu! Aqui você não precisa pedir licença, não. Quem vem para o Céu é porque faz parte da família. Entre, a sua casa está pronta, reúna-se a nós. Já o estávamos esperando. A voz de São Pedro, que o convidava, era forte e ao mesmo tempo suave. Ele bate palma três vezes e um anjo translúcido aparece carregando uma veste e Romeu se reveste de luz.

O ambiente é calmo, de uma luminosidade que ele nunca havia visto, luz forte sem doer nos olhos, sem causar desassossego. Luz que traz paz, embora haja muitos sons. Não há sol nem lua para iluminar, mas apenas essa luz que vinha de uma fonte que envolvia tudo, como se tudo morasse dentro dela.

Um pequeno anjo, de harpa nas mãos, pois harpa é o instrumento dos anjos, puxa a túnica de São Pedro e lhe pergunta se era “ aquele que faltava” e aponta para um lugar distante onde estavam várias pessoas, todas revestidas de luz, e com instrumentos na mão. Com os olhos da alma, que tudo vêem, ele reconheceu, um por um, seus companheiros do Jazz Brasil, o seu Alan, o Zequinha Major, seu Zito, seu Carmelo e seu filho, o professor João e tantos outros. De repente sua veste explodiu na luz de tanta alegria quando percebeu vindo ao seu encontro, com um sorriso franco, de cavaquinho na mão, o Zé Seda, cunhado e companheiro de muitas músicas. O aperto de mão não foi aperto de mão, o abraço não foi abraço, foi um penetrar de luz dentro de outra luz. Não soube explicar mas, assim, do nada, surgiu um saxofone em sua mãos, era O SEU sax alto marca King que tanto usara na terra.

E lá estava ele, junto com antigos companheiros, num palco de nuvens coloridas, azuis, formando o piso, e avermelhadas, alaranjadas, erguendo-se em dosséis. A música Moonlight Serenade saiu livre, leve e envolveu todo o céu. Não havia alto falantes e nem fios, mas ela estava em todo lugar e eis que ao mesmo tempo, o cavaquinho de Zé Seda, acompanhado por Zé Niquinha e Morais, rompe com os acordes da valsa Subindo ao Céu, e ele, Romeu, estava tanto no Jazz Brasil como no trio do Zé Seda, tocando em ambos, sem perder o rítmo e sem misturar as melodias.

Um anjinho comentou eufórico: Como é lindo o SHOW DA TERRA! E os anjos se puseram a dançar......

5 comentários:

Nidia Telles disse...

Parabéns, Ivon. Belíssimo texto. É assim mesmo que imagino a eternidade, a gente fazendo lá o que gostava de fazer aqui. Abraços.

Ivon disse...

Muito obrigado Nídia. Seu comentário me enriquece muito. Creio que o ceu é assim....presença constante das coisas boas que fizemos....junto de Luz do Cordeiro( Ap.)

Silvinh@ disse...

Excelente texto,Sr. Ivon!!!

Como disse o Papa Bento XVI:
"Somos chamados à eternidade. Deus nos criou para estar com Ele, para sempre. Isso vos ajudará a dar sentido pleno às vossas escolhas e a agregar qualidade à vossa existência".

Saber dar pleno sentido às nossas escolhas e agregar qualidades à nossa existência, Sr. Ivon; nos levará , ao nosso lugar definitivo, o CÉU.
Está em nossas mãos, basta no nosso dia a dia buscamos a felicidade.
Nós cristãos sabemos que seremos felizes na posse da vida eterna, mas muitas vezes nos perguntamos: que caminhos devemos trilhar para possuir a felicidade, a eternidade?
Jesus deixa muito claro que devemos trilhar os mandamentos de Deus, para que possamos chegar a vida eterna.
Então, mãos à obra, vamos praticar os mandamentos de Deus...em busca da eternidade!!!

Silvinha

Ivon disse...

Silvinha,
Muito obrigado pelas sabias palavras minha amiga

Anônimo disse...

Tio Ivon...
Só hoje ví esse texto. Quero agradecer e dizer que a festa deve ter sido boa, pois todos os participantes eram gente boa. Tenho certeza que ele está bem lá, junto dessas duas turmas, a do "seu" Alan e a do tio Zé, pois às vezes eu ainda ouço o som do Toneking num chorinho ou no Moonlight Serenade.
Isso mostra que meu pai era tão eclético na música, pois essa arte assim exige,quanto nas suas amizades, pois a vida assim exige.
Obrigado.
Beto

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